quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Coisas

Coisas que penso em escrever e esqueço
Coisas que reinvento desde o começo
Coisas que ficam guardadas e depois sobressaem 
Coisas de que eu nem me lembrava mais
Memórias incensantes e sorridentes
Motivos distantes descomoventes
Sentimentos intocáveis
Olhares perdidos
Posso me ver
Sozinha neste abrigo
Perdida, infeliz
e com razão
se essa infelicidade é o que me faz escrever então
Arrumo as malas e transformo em poesia
Sei dos teus dons, dos meus você não saberia
Se da saudade eu não os tivesse transformado em riqueza
Te dado um caderno cheio de sutilezas
Tivesse perdido, desfigurado e desmotivado
Tivesse mantido tudo num falso retrato
Antes tivesse dito a verdade 
Contado a traição;
Antes eu tivesse não recebido seu perdão
Então estaria conformada e transparente
Estaria eu crente de que foi eu a errada
Foi eu a marca
Deste fim interminável
Da luz do nosso amor
Pobre, doce e árduo sonhador 

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